A aprovação da Reforma Trabalhista no Senado, dia 11, revelou lado e posturas de cada um dos três representantes de cada Unidade da Federação no Congresso Nacional. Destacaram-se, em primeiro lugar, as senadoras que, percebendo a inevitabilidade do resultado contrário aos trabalhadores, numa Casa de maioria folgada de representantes do capital, buscaram meios e formas de impedir a votação, inclusive ocupando a Mesa dos trabalhos.
A maioria dos parlamentares ficou ao lado de seus financiadores de campanha, abandonando os interesses legítimos de seus eleitores (em sua maioria, trabalhadores). Alguns traíram abertamente compromissos e alianças da campanha que os elegeu. Vários partidos se dividiram. Machado de Assis certa vez comparou a política à Paixão de Cristo: “não falta nada, nem o discípulo que nega, nem o discípulo que vende”. Há também o discípulo fiel. Alguns parlamentares e partidos reafirmaram seus compromissos e sua coerência.
O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, considerou que o resultado demonstrou “o como é importante participar, e não fugir, da política. Precisamos saber votar, escolher gente que nos represente e em quem possamos confiar”. A lista de quem votou a favor ou contra os direitos trabalhistas, colocada a seguir, mostra que só uma bancada estadual — do Paraná — votou, na sua totalidade, em defesa dos trabalhadores. Os 26 votos contrários ao projeto governista-patronal vieram de 17 estados e do Distrito Federal. Todos os três senadores das bancadas do Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo votaram pelo fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Revelar seus nomes prepara os trabalhadores e o eleitorado para os futuros embates políticos. Não basta votar, é necessário acompanhar a trajetória e os posicionamentos de cada candidato. “Que em cada Estado os sindicalistas mostrem quem esteve conosco e quem votou contra nós”, conclama Gilson. O voto de cada senador, por Unidade da Federação: