O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular do Maranhão (SINTERP-MA) vem a público denunciar aos trabalhadores, aos pais, alunos e à sociedade em geral, o descompromisso da direção do Colégio Dom Bosco com o reajuste salarial dos seus trabalhadores. Após denúncias recebidas, o SINTERP constatou que a direção do Colégio Dom Bosco (Imperatriz) havia repassado apenas 5% de reajuste salarial aos seus trabalhadores, postura que contraria a grande maioria das escolas de Imperatriz que, através de mesa de negociação, acordaram com a direção do Sinterp a aplicação do índice de 10% de reajuste, correspondente à inflação acumulada até a data base da categoria (abril de 2016). Diante desse quadro, o SINTERP, reiterando a máxima de defender, incondicionalmente, os direitos dos trabalhadores da educação particular, procurou a direção da referida instituição de ensino para tentar solucionar administrativamente o impasse mencionado. Inclusive, buscou a mediação do Ministério Público do Trabalho, através de uma audiência de conciliação realizada no dia 11/10/2016. Entretanto, numa postura autoritária e, principalmente, insensível aos anseios dos seus colaboradores, a diretora do Colégio Dom Bosco refutou completamente a proposta do Sindicato. Façamos agora uma reflexão: O que esperar de uma instituição que se propõe o compromisso de transmitir aos seus alunos, além dos conteúdos programáticos, os princípios de cidadania e respeito aos direitos constitucionais, mas que age de maneira arbitrária diante daqueles que os reivindicam? Para a direção do Colégio Dom Bosco, a educação se converteu em uma mercadoria, cuja lógica do mercado consiste em minimizar os custos e maximizar os lucros, mesmo que isso signifique a precarização das condições de vida dos seus trabalhadores. O SINTERP continuará diligente na defesa dos direitos de seus representados e tomará as medidas legais para assegurar aos trabalhadores do Colégio Dom Bosco um reajuste digno ao importante trabalho que eles realizam: formar, integralmente, as futuras gerações de cidadãos imperatrizenses. A DIRETORIA
DENÚNCIA: Colégio Dom Bosco de Imperatriz se recusa a conceder reajuste devido aos trabalhadores
O Colégio Dom Bosco de Imperatriz está recusando-se a conceder o reajuste salarial devido aos educadores do quadro. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular (SINTERP-MA) tentou negociar com a escola, mas não obteve êxito. O reajuste será demandando judicialmente. Em audiência de mediação realizada no dia 11 de outubro, no Ministério Público do Trabalho, o Sinterp propôs o reajuste de 10%, considerando o acúmulo de perdas inflacionárias dos últimos 12 meses, conforme o índice do INPC. Os representantes do Dom Bosco recusaram o acordo, oferecendo a proposta de 5% de reajuste, valor que não possui o poder de recompor as perdas acumuladas pela categoria desde os doze meses anteriores a abril deste ano, data-base da categoria. “Estamos discutindo a valorização de trabalhadores que passam um ano sem qualquer reajuste e sofrendo redução no seu poder de compra”, avalia o presidente do Sinterp-MA, professor Jorge Lobão.
Centrais se mobilizam para dia nacional de luta em 11 de novembro
A iminência de uma reforma da Previdência que retire direitos dos trabalhadores ganhou força com a aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela gastos com saúde e educação por 20 anos. Nos atos realizados pelos trabalhadores no mês de setembro, os dirigentes alertavam sobre as ameaças contidas nesta proposta. Na opinião do presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, o objetivo do governo é implementar uma agenda ultraliberal. “O efeito disso é dramático porque a PEC é parte de uma agenda regressiva, que trará um conjunto de prejuízos tanto para a sociedade quanto para a classe trabalhadora”, analisou. Segundo ele, as mobilizações do dia 11 de novembro fortalecerão o processo de construção de uma greve geral. “É um momento de diálogo com a classe trabalhadora para colocar na mesa qual o legado e os riscos que nos colocam a ponto de perder, em pouco tempo, tudo o que se conquistou nos últimos treze anos”, opinou o dirigente. Em tempo recorde, políticas públicas em saúde, moradia, educação, assistência social, direitos dos trabalhadores tem sido atacadas através de medidas implementadas após a efetivação de Michel Temer como presidente. Adilson também ressaltou o resultado eleitoral, que foi negativo para as forças que defendem as políticas e conquistas dos últimos anos. “O que eu quero dizer é que essa overdose de informações destilada por esse partido da mídia golpista mexe com a subjetividade das pessoas e causa influência profundamente negativa. Precisamos neste momento disputar a opinião da sociedade, fortemente influenciada por essa onda conservadora”, defendeu Adilson. “Vamos apontar para uma luta nacional mais efetiva e no processo de acumulação de forças eu não tenho dúvidas que podemos construir uma greve geral”, completou. Desde agosto, as centrais sindicais realizam manifestações nacionais contra as propostas sinalizadas pelo governo de Michel Temer para a Previdência Social e a chamada “flexibilização” da CLT ou a prevalência do acordo coletivo sobre a legislação trabalhista. No dia 29 de setembro, metalúrgicos de todo o país realizaram protestos contra as reformas. Em outubro, trabalhadores dos transportes tem se reunido para debater novas paralisações. Nesta sexta-feira (14), a CTB reúne o Conselho Político para um encontro que divulgará uma orientação oficial aos sindicatos e federações filiados acerca do cenário de retirada de direitos que se fortalece no país. *CTB
Festa do Educador reuniu categoria da rede particular em confraternização
Com música ao vivo, almoço e sorteio de prêmios, centenas de educadores da rede particular e familiares reuniram-se nesta segunda-feira (17), na AABB, em comemoração ao Dia do Educador. A Festa do Educador, promovida pelo Sinterp-MA, já acontece há alguns e objetiva promover a integração entre a categoria e homenagear os profissionais pela data. O presidente do Sinterp-MA, professor Jorge Lobão, disse que, desde que a nova Diretoria assumiu, tem buscado formas de valorizar os trabalhadores, tanto em relação aos direitos trabalhistas quanto em qualidade de vida. “A Festa também é para discutirmos o fortalecimento do movimento para buscarmos cada vez melhores condições de trabalho”, falou. Ele e o Diretor de Finanças, Maurício Serrão, lembraram que os educadores da rede particular foram das poucas categorias a alcançar um reajuste de 11% em 2016, o que se deveu à atuação da entidade em favor dos direitos. Eles também alertaram a categoria sobre a instabilidade política pela qual está passando o Brasil e as ameaças de direitos que se apresentam com o novo Governo, especialmente a PEC N° 241 – já aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados -, que pretende congelar os investimentos em educação e outros setores pelos próximos 20 anos. “Precisamos da união de todos contra o desmonte de direitos, reforma da previdência e outras ameaças que atingem diretamente a classe trabalhadora”, avaliou Maurício Serrão. O secretário municipal de Educação de São Luís, Moacir Feitosa, compareceu ao evento e parabenizou a organização, ressaltando a importância dessa homenagem à classe dos educadores. CLUBE DE VANTAGENS – Durante a Festa, os associados do Sinterp receberam as novas carteiras, que dão acesso ao Clube de Vantagens eClubb, que oferece benefícios e descontos em diversos parceiros comerciais. Diversos parceiros estiveram presentes e ofereceram pacotes promocionais e prêmios para sorteio, como 25 pares de ingressos para cinema e descontos permanentes (CineSystem); ingressos para acesso (ValParaíso AcquaPark); tratamentos dentários (Odonto Company); bolsas de estudos (Juris Concursos); serviços automotivos (Via Carro Autocentro); R$ 20 mil em tratamentos estéticos (Espaço Laser); demonstração de aula de dança e mensalidade grátis (Academia Bodytech). Convidadas participaram de aula de dança. Outros prêmios também foram sorteados pelo Sinterp, como microondas, televisor, fogão, máquina de lavar, refrigerador e outros. Associada foi sorteada com um refrigerador. A educadora Benedita Martins, da escola Eney Santana, que participou pela primeira vez da Festa do Educador e recebeu um prêmio no sorteio, elogiou a iniciativa. “Somos uma classe pouco valorizada, é importante quando recebemos uma homenagem como esta”, opinou.
Deputados congelam verbas da saúde e educação por 20 anos
Com 366 votos a favor e 111 contra, arrocho fiscal proposto pelo governo Temer passa em primeira votação na Câmara Aniversariante de outubro, a Constituição de 1988 faz do Brasil um Estado de bem-estar social. Saúde gratuita para todos, educação pública como um dever dos governantes, assistência social aos necessitados. Uma realidade longe de ser alcançada e que, em uma primeira votação, os deputados acabam de deixar vinte anos mais distante. A proposta do governo Michel Temer de alterar a Constituição para congelar, por duas décadas, os investimentos em saúde e educação, entre outros gastos públicos, foi aprovada nesta segunda-feira 10 na Câmara. Após um banquete oferecido a deputados pelo presidente na véspera, 366 votaram a favor da chamada PEC 241, 58 acima do necessário. Uma surpresa de última hora acrescentou ainda o salário mínimo como item sujeito a congelamentos por duas décadas, sem aumentos reais. Para ser aprovada de vez na Câmara, a medida ainda precisa passar por uma segunda votação, o que deve ocorrer nos próximos dias. Depois segue para o Senado, onde também será submetida a duas apreciações em plenário. O governo espera liquidar todo esse processo ainda neste ano, prenúncio de uma correria legislativa incomum. Antes do início da votação, a Câmara derrubou a exigência regimental de um intervalo de duas sessões da Casa para a deliberação da PEC em primeiro turno, o que permitiu a análise da proposta nesta segunda-feira 10. A comissão especial que analisou a matéria tinha aprovado o texto apenas na quinta-feira 6, daí a necessidade da chamada “quebra de interstício” para garantir a votação plenária nesta segunda. PCdoB e PT chegaram a entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para barrar a votação, mas o relator, ministro Luís Roberto Barroso, negou o pedido de liminar. Embora tenha reconhecido que a PEC provocará perdas para áreas da administração pública, Barroso argumentou que a proposta não ofende a Constituição. “Há risco de setores mais vulneráveis e menos representados politicamente perderem a disputa por recursos escassos. Porém, está não é uma questão constitucional, mas política”, afirmou em sua decisão. Durante 20 anos, diz a proposta, todas as despesas públicas serão corrigidas de um orçamento para o outro apenas com base na inflação do ano anterior. Não haverá aumentos reais. Desse modo, crê o governo, o pagamento da dívida pública não correrá perigo, os investimentos privados na economia voltarão e o crescimento virá a reboque. Apesar dos protestos da oposição, a proposta foi aprovada em 1º turno (Foto: Alex Ferreira/Ag. Câmara) Para tornar o texto mais palatável aos parlamentares, receosos da impopularidade da medida, o relator, Darcício Perondi (PMDB-RS), havia feito uma alteração: no caso específico de saúde e educação, o congelamento começará só em 2018, último ano de mandato de Michel Temer. Com isso, espera-se que a população não sinta muito os efeitos em escolas e hospitais a tempo de punir seus representantes nas urnas na eleição de 2018. A propósito: na campanha de 2014, Temer doou 50 mil reais à candidatura de Perondi. Saúde e educação, segundo pesquisas, são duas das áreas mais problemáticas e demandadas pela população. No fim de 2015, o Ibope pesquisou as prioridades dos brasileiros para 2016. A saúde liderava o ranking. Melhorar a qualidade da educação vinha em quinto. Os dois setores precisariam, portanto, de mais dinheiro, com reajustes de verba acima da inflação. O orçamento das duas áreas é da ordem de 100 bilhões de reais por ano. Um valor atingido graças a aumentos reais. Em 2002, a saúde tinha cerca de 55 bilhões anuais e a educação, perto de 30 bilhões de reais. Nesse mesmo período, o País ganhou 30 milhões de habitantes e atingiu uma população de 200 milhões. Dois pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a farmacêutica Fabiola Sulpino Vieira e o economista Rodrigo Pucci Sá e Benevides, ambos especialistas em saúde coletiva, fizeram as contas e concluíram: o gasto público per capita com saúde no Brasil é um dos menores entre países que possuem sistema universal do tipo SUS e mesmo em uma comparação com vizinhos sem modelo semelhante. Em 2013, o setor público brasileiro investiu 591 dólares por habitante. O Reino Unido, inspiração do SUS, 2,7 mil dólares e a França, outra nação com sistema universal, 3,3 mil. Argentina e Chile, onde não há direito universal à saúde, aplicaram 1,1 mil e 795 dólares, respectivamente. Segundo uma nota divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no fim de setembro, a perda acumulada em 20 anos para a saúde seria de 654 bilhões de reais, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano. De acordo com uma projeção realizada por consultores legislativos da Câmara, a perda acumulada até 2025 seria de 331 bilhões de reais. José Gomes Temporão: PEC 241 é ‘condenação de morte’ para milhares de brasileiros (Foto: Adriana Lorete) Em entrevista a CartaCapital, José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do governo Lula, afirma que a PEC é uma “condenação de morte” para milhares de brasileiros. “Estamos falando de fechamento de leitos hospitalares, de encerramento de serviços de saúde, de demissões de profissionais, de redução do acesso, de aumento da demora no atendimento.” Temporão lembra ainda que apenas 48% das despesas totais com saúde são públicas, enquanto o restante corresponde a gastos do setor privado. “No Brasil, o governo gasta pouco e o ônus do financiamento recai sobre as famílias. A PEC 241 só agrava essa situação. Para ter um parâmetro de comparação, na Inglaterra, que também tem um sistema de saúde universal, 85% do gasto total é público.” O avanço da educação no século XXI, escasso para as necessidades dos brasileiros e da economia, não se repetirá, com o congelamento de verba. As matrículas em universidades pularam de 3 milhões para 7 milhões entre 2001 e 2013, embaladas pela criação instituições federais (18) e de bolsas (Prouni). No ensino profissional, as inscrições em estabelecimentos federais subiram de 315 mil em 2001 para 784 mil em 2014. O orçamento da rede de escolas
Associados já podem retirar convites para Festa do Educador
Os associados do Sinterp-MA já podem retirar os convites para participarem da Festa do Educador. Os convites estão sendo entregues na Sede do Sinterp (Rua da Alegria, 56, Centro), de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Também serão entregues nos dois sábados que antecedem a festa, dias 8 e 15 de outubro, no horário de 8h às 12h. O associado deve apresentar contracheque e RG. A Festa do Educador acontece no dia 17 de outubro (segunda-feira), na AABB (Av. dos Holandeses). Conforme foi negociado pela entidade na CCT, o feriado do Dia do Professor será prorrogado para o dia 17 de outubro. Cada associado terá direito a um convite próprio – com o qual poderá participar do sorteio de prêmios -, e mais um convite para acompanhante.
Muito além do currículo flexível
Mudança no conteúdo é uma entre várias alterações no Ensino Médio após Medida Provisória anunciada pelo governo O presidente Michel Temer e o ministro da Educação Mendonça Filho apresentaram na quinta-feira (22) a Medida Provisória (MP) com uma nova proposta de Ensino Médio. A MP alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB), de 1996, e suscitou a preocupação dos professores diante das mudanças na configuração curricular. Uma semana antes, o ministro já havia anunciado o modelo em linhas gerais e expôs que a urgência do governo está diretamente ligada aos resultados do Ensino Médio no Ideb. Agora, o texto confirma, entre outras mudanças, a instituição do ensino médio em tempo integral, com ampliação da carga horária de 800 para 1400 horas e a flexibilização do currículo, que passa a ser composto por menos áreas do conhecimento obrigatórias e por atividades de formação técnica e profissional à escolha do estudante. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na sexta-feira (23) sem mudanças no conteúdo do texto e o MEC divulgou uma nota reafirmando que não prevê “corte de nenhuma disciplina”, reforçando a fala do Secretário de Educação Básica, Rossieli Soares da Silva, durante o anúncio da quinta-feira. Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, apesar de citar o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a MP é totalmente dissonante das discussões atuais sobre o Ensino Médio. “Discorda dos debates da Conferência Nacional de Educação e das melhores pesquisas sobre essa etapa feitas aqui e no mundo, que dizem basicamente que uma reforma do ensino médio feita sem envolver alunos e professores tem enormes chances de dar errado”, afirma. A pesquisadora Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, concorda. Para ela, nenhuma reforma educacional deve ser feita via Medida Provisória. “Causa estranhamento uma MP para isso, sem envolver a discussão de vários atores, principalmente porque sabemos que um plano de reformulação da educação é tão importante quanto sua implementação, que, se não for cuidadosa e não incluir todos, fica no papel”, analisa. Desigualdade Anna Helena explica que, observando o histórico de pesquisas do Cenpec, a flexibilização do currículo por si só pode ser uma ideia interessante, mas o cenário preocupa ao se pensar na garantia do direito à educação para todos, porque o novo currículo pode ser capaz de acirrar a desigualdade em um contexto de déficit de professores e precarização do ensino. Segundo Anna Helena, a reforma nos conteúdos no contexto atual pode colocar em xeque a equidade, ou seja, a oportunidade de estudantes com nível socioeconômico (NSE) mais baixo aprenderem em pé de igualdade com estudantes de NSE mais alto. “A dúvida é se quem não teve oportunidade de aprender matemática, física e português, por falta de professores ou por superlotação das salas, por exemplo, terá as mesmas oportunidades de escolha de quem teve a possibilidade de aprender e também se os pequenos municípios, com uma ou duas escolas, terão condições de proporcionar esse percurso flexível”, questiona a superintendente do Cenpec. “Será uma escolha por aptidão e interesse ou será o que chamamos de uma ‘escolha forçada’, dada pelas circunstâncias e as condições sociais dos estudantes? Porque a realidade das redes não permite que todos os jovens tenham a mesma condição de escolher”, alerta. Como solução para o problema do déficit de professores a MP propõe que docentes sem licenciatura de uma disciplina específica possam ser contratados para lecionar no Ensino Médio por terem “notório saber” de uma área de conhecimento. Anna Helena acrescenta que uma pesquisa do Cenpec e uma auditoria recente feita pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo mostraram que a escola de tempo integral pode provocar desigualdade em relação às escolas vizinhas. “Porque a escola integral existe em um número muito reduzido e se torna uma unidade de excelência frequentada por quem tem melhor condição econômica, enquanto os estudantes que mais precisam não são contemplados e superlotam as escolas vizinhas de tempo regular”, explica. Investimento Em nota, o Cenpec também alertou para a falta de menção ao ensino médio noturno, frequentado por 1,9 milhão de estudantes, ou 23,6% do total de matrículas, de acordo com o Censo Escolar 2015. Em relação ao investimento, Daniel Cara avalia que o texto “liberaliza demais a distribuição de recursos para a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio Integral”. A transferência de recursos financeiros prevista para esse fim “será efetivada automaticamente pelo FNDE, dispensada a celebração de convênio, acordo, contrato ou instrumento congênere, mediante depósitos em conta corrente específica”, diz o texto, em seu Artigo 9º. Cara considera este o ponto mais frágil da MP, porque na prática não será mais necessário editar convênios que hoje garantem a destinação de recursos para programas específicos, como formação de professores, educação indígena e educação especial. Medida Provisória Acatando um pedido do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a Medida Provisória prevê que cada estado decidirá as atividades para compor a parte flexível do currículo. Enquanto os secretários estaduais de educação comemoram a “maior autonomia para os estados”, outras entidades, como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação lamentam a edição da Medida Provisória. “Reformar editando uma MP, sem debater com escolas, pesquisadores, professores e estudantes, é característica de um governo impositivo como este, nada aberto ao diálogo”, diz Cara, lembrando que o debate com os atores diretamente envolvidos é reivindicado desde 2015 pelas ocupações das escolas por estudantes de ensino médio. A partir de sua edição pelo presidente, a Medida Provisória tem força de lei por um prazo de 60 dias, enquanto Câmara e Senado analisam a proposta para decidir se ela permanece vigente. Caso se decida que não, a MP pode ser prorrogada por mais 60 dias para nova análise. Uma vez aprovada pelo Congresso, o presidente tem o poder de sancionar o texto ou de vetá-lo integral ou parcialmente caso discorde das mudanças ocorridas durante
Carteiras de Sócio “eClubb” serão entregues no dia da Festa do Educador
O Sinterp-MA informa aos associados que as carteiras vinculadas aos convênios – referentes ao Clube de Benefícios eClubb -, serão entregues na Festa do Educador, que acontece dia 17 de outubro, na AABB (Av. dos Holandeses). Nesta data também será lançada oficialmente a Campanha do Sócio eClubb. Para receberem as carteiras, os associados devem acessar a página do eClubb para atualizarem seus dados cadastrais. A Atualização dos dados cadastrais também é condição para a participação do sorteio de prêmios que acontece durante a Festa do Educador. Os ganhadores também deverão comprovar sua condição de associado da entidade no ato do recebimento do item sorteado, para terem acesso ao mesmo. Clique aqui
Festa do Educador será dia 17 de outubro
O Sinterp-MA convida os sócios e familiares para a tradicional Festa do Educador, que acontecerá no dia 17 de outubro (segunda-feira), na AABB (Avenida dos Holandeses). Conforme foi negociado pela entidade na CCT, o feriado do Dia do Professor será prorrogado para o dia 17 de outubro. A Festa terá música ao vivo; almoço gratuito com rodízio de churrasco; além do sorteio de vários prêmios entres os sócios. “A Festa é um momento de confraternização entre a categoria, que comemora essa importante data junto dos colegas e familiares”, diz o professor Jorge Lobão, presidente do Sinterp-MA. Os convites serão entregues na sede do Sinterp-MA (Rua da Alegria, Centro), em data a ser divulgada. As carteiras de sócio vinculadas aos convênios serão estregues nesta data.
‘Reforma trabalhista’ do governo escancara golpe contra a classe trabalhadora
Negociado sobre legislado, possibilidade de jornadas de 12 horas, contratação por produtividade e por horas trabalhadas. As propostas levantadas na pretensa ‘‘reforma trabalhista’’ que está sendo elaborada pelo governo golpista de Michel Temer escancaram o ataque direto aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e a Contee se une às centrais sindicais para denunciar o golpe e conclamar a mobilização de toda a categoria. As propostas foram apresentadas ontem (8) pelo ministro ilegítimo do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Segundo ele, o objetivo é dar mais segurança jurídica a contratos de trabalho que não atendem os padrões firmados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como os contratos dos profissionais de saúde e de vigilância. Na prática, porém, o que as medidas pretendidas fazem é destruir a CLT, tornando todas as suas garantias flexíveis mediante negociação, com vistas a favorecer apenas os empregadores. Segundo o ministro, o tipo de contrato de 12 horas supostamente permitiria ao trabalhador ter vários contratos e receber FGTS, férias e 13º salário proporcionais. Ele ponderou, no entanto, que seguirá vigorando o teto de 48 horas semanais (44 horas + 4 horas extras), que não poderá ser desrespeitado. Um outro ponto da reforma cria o contrato em que o trabalhador ganha por produtividade. Como exemplo, o ministro citou o médico que passará a ser remunerado por procedimento realizado. A proposta é muito criticada por setores médicos que acreditam que a remuneração por procedimento feito incentiva a prescrição de exames mais caros sem necessidade. Indagado sobre como essas medidas impactariam os direitos e garantias trabalhistas previstos na CLT, ele afirmou que a mudança não mexerá nos direitos: ‘‘Não há nenhuma hipótese de mexer no FGTS, no 13º salário, de fatiar as férias’’. No entanto, de acordo com a CTB, com a flexibilização de jornada e com acordos prevalecendo sobre a lei, conforme previsto nos novos contratos, a consequência provável é que o empregador opte por um modelo menos custoso e que lhe amenize os encargos trabalhistas, vulnerabilizando ainda mais a posição do trabalhador e da trabalhadora. ‘‘O povo está sentindo o drama da crise, do desemprego e de toda a agenda regressiva que vem chegando com Michel Temer, que pretende acabar com a previdência social e impor o negociado sobre o legislado. É hora de ir para as ruas e exigir o Fora Temer’’, convocou o presidente da CTB, Adilson Araújo, durante a manifestação realizada ontem em São Paulo pelos movimentos sociais. Por sua vez, o presidente da CUT, Vagner Freitas, reforçou a necessidade de construção de uma greve geral no dia 22 de setembro. Segundo ele, que também participou dos atos de ontem, os movimentos sindical e sociais continuarão organizando atos por todo o Brasil, mas é chegado o momento de parar a produção neste golpe que carrega em si interesses capitalistas e que mira a soberania nacional. “Estamos habituados a combater a violência há muito tempo. Estamos defendendo a democracia, os direitos dos trabalhadores e, por incrível que pareça, o Estado Democrático de Direito. Este golpe é contra a classe trabalhadora, as mulheres, os negros e negras e a população LGBT. O Brasil foi tomado por uma corja de corruptos, golpistas violentos e fascistas. Jamais aceitaremos isso.” Com informações da CTB e da CUT