Contra a Proposta de Emenda à Constituição 241 (rebatizada de PEC 55 no Senado), contra a Medida Provisória 746 (que impõe a reforma do ensino médio), contra os ataques aos nossos direitos trabalhistas e previdenciários, contra a terceirização desmedida, contra a privatização do pré-sal. É por esses motivos, entre tantos outros golpes sofridos atualmente pela sociedade brasileira, que a Contee está convocando as entidades filiadas e toda a categoria para uma paralisação e ampla mobilização no próximo dia 11 de novembro. Nessa data, atos políticos organizados pelos movimentos sindical, social e estudantil acontecerão em todo o país para denunciar a suspensão de políticas públicas e direitos sociais que está sendo orquestrada pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Para fortalecer nossa paralisação no dia 11, além dos cartazes já enviado às entidades e disponibilizados no Portal da Contee, confeccionamos um material explicativo sobre cada uma das razões contra as quais precisamos nos mobilizar. O material, enviado hoje (31) aos sindicatos e federações, foi feito em duas versões — um folder e um livreto de bolso —, para que cada entidade escolha aquela que deseja imprimir e acrescente seu logotipo no espaço em branco próximo ao logotipo da Confederação. O tamanho do material foi pensado para facilitar sua panfletagem e distribuição e para que cada um/a possa carregar consigo nossos argumentos na luta contra os retrocessos. Como defendeu hoje, no Senado, o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, unidade, luta e mobilização são fundamentais para barrar a PEC 241, a MP do ensino médio e todas as ações que visam tirar nossos direitos sociais e trabalhistas. Todos/as às ruas no dia 11 de novembro. Por nenhum direito a menos! Folder Livreto Da redação (Contee)
Contra a PEC 241: Em audiência no Senado, coordenador-geral da Contee conclama unidade, luta e mobilização
“Unidade, luta, mobilização!!!” Foi o que conclamou hoje (31) o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado que discutiu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, renumerada na Casa como PEC 55. “Essa PEC visa transformar o orçamento brasileiro em cláusula pétrea e, se for aprovada aqui no Senado, teremos muita dificuldade de alterar isso no futuro. E o objetivo central é mexer com a educação pública e o SUS (Sistema Único de Saúde)”, denunciou Gilson, tendo em vista que a única razão para impor um controle de despesas via emenda constitucional, e não na própria lei orçamentária, é rebaixar e acabar com os patamares mínimos de investimento em educação e saúde determinados na Constituição da República. “Querem atingir o centro das políticas públicas.” A audiência, para a qual a Contee foi convidada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), foi presidida pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e contou com a participação de diversas entidades e movimentos educacionais, incluindo trabalhadores em educação e estudantes. O coordenador da Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee, Rodrigo Pereira de Paula, também compareceu à sessão. O coordenador-geral da Contee deu início à sua intervenção contra a PEC que limita os investimentos públicos por 20 anos citando a paródia da canção “Águas de março”, de Tom Jobim, que circula nas redes sociais: “São as águas de Temer/ Afogando a nação/ É a promessa de morte/ Pra educação”. A letra traduz perfeitamente o golpe que continua em curso contra a sociedade brasileira, atropelando políticas públicas e direitos sociais. “Neste momento dramático que nossa nação está vivendo, não podemos ter dúvidas de que estamos enfrentando um golpe de Estado. Não um golpe de Estado clássico, mas um golpe de Estado que que cada um dos poderes da República tem desempenhado um papel para aprofundar. O do Executivo é destruir a Petrobras e a política externa realizada pelo governo brasileiro nos últimos anos. O do Legislativo é promover a reforma do Estado, com a votação da PEC 241, a reforma da Previdência — que virá, porque a PEC 241 não terá êxito sem ela —, e uma reforma política para controlar e cercear qualquer tentativa de retomada de um projeto mais autônomo de nação. E, no Judiciário, o STF (Supremo Tribunal Federal) tem assumido a função de destruir os direitos sociais”, apontou Gilson, citando as várias sentenças dadas pelo STF nos últimos 30 dias contra direitos trabalhistas e previdenciários, a exemplo da liminar contra a ultratividade das normas coletivas, da proibição da desaposentação e da autorização para corte do ponto de servidores públicos em greve. O diretor da Contee destacou ainda que outras forças se unem aos três poderes nesse concerto, como o setor financeiro que impõe juros draconianos, o setor “produtivo” representado pelo pato amarelo na Avenida Paulista e a mídia golpista e oligopolizada, a qual impede, inclusive, que a sociedade tenha real percepção do que é a PEC 241 e do que ela representa. “O povo não sabe o que está acontecendo. Nem os próprios trabalhadores. A prova disso é que há professores denunciando os estudantes que estão participando das ocupações. Precisamos ir para nossas bases explicar o que é a PEC 241”, defendeu.”Temos que mobilizar nossas bases para o primeiro grande confronto contra a PEC 241, no dia 11 de novembro.” A Contee já convocou as entidades filiadas e toda a categoria para uma ampla paralisação no dia 11 e confeccionou materiais para fortalecer a mobilização. “Não aceitaremos a regressão proposta por essa PEC”, declarou Gilson. “Os trabalhadores não aceitarão mais um golpe.” Da redação (Contee) Fotos: Rodrigo Pereira de Paula
PEC define educação como serviço essencial e limita direito de greve no setor
A educação reflete diretamente no desenvolvimento do povo e, portanto, deve receber o tratamento de serviço de essencialidade extrema. Esse é o argumento da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC 53/2016) definindo a educação como serviço essencial. Com esse conceito, as greves no setor poderão ser limitadas. A PEC foi apresentada na terça-feira (25) e encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde aguarda a designação de relator. Rose lembra que a Constituição de 1988 estabelece a educação como um direito de todos e como dever do Estado e da família. O texto constitucional também prevê que a educação será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, buscando o pleno desenvolvimento da pessoa, bem como seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Para a senadora, a educação é indispensável para o desenvolvimento social, profissional e humano. Assim, argumenta, é importante que a educação “não fique à mercê de interrupções”, sob pena de inviabilizar o próprio progresso da Nação. Rose de Freitas destaca que o direito à greve é garantido na Constituição e regulado na Lei 7.783/1989. Ela aponta, no entanto, que a educação não aparece no rol dos serviços ou atividades considerados essenciais – aqueles cuja paralisação pode causar prejuízo irreparável à sociedade e para os quais a lei exige limites nas greves. Para Rose, a proposta busca justamente garantir que o direito de greve não seja exercido “em detrimento dos interesses sociais da educação, já que as constantes e prolongadas greves prejudicam a formação dos estudantes e dificultam o desenvolvimento do país”. Essenciais Os serviços essenciais são aqueles considerados extremamente necessários para a população brasileira. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Pela lei, são considerados serviços essenciais, entre outros: o abastecimento de água e a distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; além da assistência médica e hospitalar e da distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos. A lista ainda traz serviços funerários, transporte coletivo e telecomunicações, mas não elenca a educação como serviço essencial. Com a PEC, essa previsão passaria a figurar na Constituição. Agência Senado
Câmara congela gastos sociais por duas décadas
Em 2º turno de votação, PEC 241 teve 359 votos favoráveis, 51 acima do necessário. Senado deve avaliar proposta até 13 de dezembro. A Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno de votação, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição quecongela os gastos públicos por 20 anos, com profundo impacto nos orçamentos da saúde, educação e assistência social. A votação dos destaques apresentados pela oposição deve ser encerrada na noite desta terça-feira 25. Para angariar apoio à drástica proposta de arrocho fiscal do governo Temer, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), promoveu um jantar na noite anterior para parlamentares da base governista. Após a mesura, 359 deputados votaram a favor da chamada PEC 241, 51 acima do necessário. O convescote parece uma reedição do bem sucedido banquete oferecido por Michel Temer – e custeado com recursos públicos – a deputados aliados às vésperas da votação em primeiro turno da proposta. Na ocasião, o texto do relator Darcísio Perondi, do PMDB, foi aprovado pelo dilatado placar de 366 votos favoráveis e 111 contrários. A PEC 241 segue, agora, para o Senado, onde também precisará passar por dois turnos de votação. Pelo calendário proposto pelo presidente da Casa Legislativa, Renan Calheiros, a emenda pode ser aprovada definitivamente em 13 de dezembro. De acordo com a proposta, todas as despesas públicas serão corrigidas de um orçamento para o outro apenas com base na inflação do ano anterior. Não haverá aumentos reais. Desse modo, crê o governo, o pagamento dadívida pública não correrá perigo, os investimentos privados na economia voltarão e o crescimento virá a reboque. Na véspera da votação, Maia promoveu um jantar para parlamentares da base governista (Zeca Ribeiro/Ag.Câmara) A decisão de congelar os gastos públicos ameaça, porém, o conjunto de políticas que permitiu a ascensão social de milhões de brasileiros ao longo dos últimos anos. No estudo “O Novo Regime Fiscal e suas Implicações para a Política de Assistência Social no Brasil”, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alerta para o possível desmantelamento de programas como Bolsa Família, Proteção Social Básica (PSB), Programa de Segurança Alimentar e Benefício de Prestação Continuada, previdência para cidadãos de baixa renda que não contribuíram na vida ativa. De acordo com a pesquisa, esses programas consumiram 1,26% do PIB em 2015 e, com a aprovação da PEC do teto, o gasto encolheria para 0,7% do PIB em 20 anos. O estudo conclui, assim, que em 2036 a assistência social contaria com “menos da metade dos recursos necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais”. Em termos absolutos, a perda acumulada do setor será de 868 bilhões de reais. Campello: “Na assistência social, será um retorno ao início dos anos 1990” “Com a PEC 241, chegaríamos em 2036, na melhor das hipóteses, com recursos que tínhamos no inicio dos anos 1990. É um retrocesso muito grande”, avalia a economista Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social do governo Dilma Rousseff. “Quem de fato fica vulnerável é a população mais pobre, as crianças em situação de violência, as mulheres, a população de rua. Com o congelamento dos recursos, todas as áreas serão impactadas, mas áreas mais consolidadas como política pública, como a saúde e a educação, tem mais condição de resistir”. No Brasil, o principal operador das políticas de assistência social são os municípios, que recebem co-financiamento do governo federal para executá-las, explica Campello. As prefeituras são responsáveis, por exemplo, pelos abrigos para crianças em situação de rompimento do vínculo familiar. “Esse co-financiamento vai desaparecer. Acho que os novos prefeitos não estão cientes dessa realidade com a qual vão se deparar”. ‘Os novos prefeitos não sabem a realidade que vão se deparar’, diz a ex-ministra Tereza Campello (José Cruz/ABr) Receosos da impopularidade da medida, o relator Perondi havia feito uma alteração: no caso específico de saúde e educação, o congelamento começará só em 2018, último ano de mandato de Temer. Com isso, espera-se que a população não sinta muito os efeitos em escolas e hospitais a tempo de punir seus representantes nas urnas na eleição de 2018. A propósito: na campanha de 2014, Temer doou 100 mil reais à candidatura de Perondi. Emenda ignora crescente demanda por serviços de saúde O congelamento de gastos sociais ignora as transformações pelas quais o Brasil passa e que vão impactar diretamente a área da saúde. José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do governo Lula, observa que o Brasil passa uma transição demográfica bem peculiar, marcada pelo acelerado envelhecimento da população, praticamente na metade do tempo que a França levou para concluir esse mesmo processo. Em recente entrevista a CartaCapital, ele também aponta uma mudança no padrão das enfermidades: “A Organização Mundial da Saúde projeta que, em 2030, as principais causas de mortalidade no mundo não serão mais as doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares, e sim o câncer, que tem um custo de tratamento altíssimo”. Enquanto a tendência da população é demandar mais da saúde pública, o Congresso propõe um congelamento de gastos por vinte anos que implica em uma perda acumulada de 654 bilhões de reais para a saúde, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, segundo uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O SUS já sente os efeitos do envelhecimento da população (Foto: Raul Spinassé/A Tarde/Futura Press) O conteúdo do documento irritou o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, que usou o site e os canais de comunicação da instituição para questionar publicamente o estudo, algo inédito na história do Ipea. Lozardo disse que as análises feitas “são de inteira responsabilidade dos autores”. A situação levou a pesquisadora Fabíola Sulpino Vieira, uma das autoras, a pedir exoneração. Sem recursos para incluir 3 milhões de crianças e adolescentes nas escolas A emenda constitucional também acarretará em impactos profundos na educação. No Brasil, o setor é subfinanciado e precisa resolver gargalos como a universalização do atendimento, em especial na pré-escola e na creche. De acordo com o Censo Escolar, 3 milhões de brasileiros de 4 a 17 anos estão
Ata da audiência de mediação entre Sinterp-MA e Colégio Dom Bosco de Imperatriz
CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS: Ata de audiência realizada no dia 11.10.2016, entre membros do Sinterp-MA e representantes do Colégio Dom Bosco de Imperatriz, no Ministério Público do Trabalho no Maranhão – MPT MA. Abaixo: o pleito, os argumentos e a negativa.
DENÚNCIA: COLÉGIO DOM BOSCO (Imperatriz) NÃO REPASSA REAJUSTE DEVIDO AOS TRABALHADORES
O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular do Maranhão (SINTERP-MA) vem a público denunciar aos trabalhadores, aos pais, alunos e à sociedade em geral, o descompromisso da direção do Colégio Dom Bosco com o reajuste salarial dos seus trabalhadores. Após denúncias recebidas, o SINTERP constatou que a direção do Colégio Dom Bosco (Imperatriz) havia repassado apenas 5% de reajuste salarial aos seus trabalhadores, postura que contraria a grande maioria das escolas de Imperatriz que, através de mesa de negociação, acordaram com a direção do Sinterp a aplicação do índice de 10% de reajuste, correspondente à inflação acumulada até a data base da categoria (abril de 2016). Diante desse quadro, o SINTERP, reiterando a máxima de defender, incondicionalmente, os direitos dos trabalhadores da educação particular, procurou a direção da referida instituição de ensino para tentar solucionar administrativamente o impasse mencionado. Inclusive, buscou a mediação do Ministério Público do Trabalho, através de uma audiência de conciliação realizada no dia 11/10/2016. Entretanto, numa postura autoritária e, principalmente, insensível aos anseios dos seus colaboradores, a diretora do Colégio Dom Bosco refutou completamente a proposta do Sindicato. Façamos agora uma reflexão: O que esperar de uma instituição que se propõe o compromisso de transmitir aos seus alunos, além dos conteúdos programáticos, os princípios de cidadania e respeito aos direitos constitucionais, mas que age de maneira arbitrária diante daqueles que os reivindicam? Para a direção do Colégio Dom Bosco, a educação se converteu em uma mercadoria, cuja lógica do mercado consiste em minimizar os custos e maximizar os lucros, mesmo que isso signifique a precarização das condições de vida dos seus trabalhadores. O SINTERP continuará diligente na defesa dos direitos de seus representados e tomará as medidas legais para assegurar aos trabalhadores do Colégio Dom Bosco um reajuste digno ao importante trabalho que eles realizam: formar, integralmente, as futuras gerações de cidadãos imperatrizenses. A DIRETORIA
DENÚNCIA: Colégio Dom Bosco de Imperatriz se recusa a conceder reajuste devido aos trabalhadores
O Colégio Dom Bosco de Imperatriz está recusando-se a conceder o reajuste salarial devido aos educadores do quadro. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular (SINTERP-MA) tentou negociar com a escola, mas não obteve êxito. O reajuste será demandando judicialmente. Em audiência de mediação realizada no dia 11 de outubro, no Ministério Público do Trabalho, o Sinterp propôs o reajuste de 10%, considerando o acúmulo de perdas inflacionárias dos últimos 12 meses, conforme o índice do INPC. Os representantes do Dom Bosco recusaram o acordo, oferecendo a proposta de 5% de reajuste, valor que não possui o poder de recompor as perdas acumuladas pela categoria desde os doze meses anteriores a abril deste ano, data-base da categoria. “Estamos discutindo a valorização de trabalhadores que passam um ano sem qualquer reajuste e sofrendo redução no seu poder de compra”, avalia o presidente do Sinterp-MA, professor Jorge Lobão.
Centrais se mobilizam para dia nacional de luta em 11 de novembro
A iminência de uma reforma da Previdência que retire direitos dos trabalhadores ganhou força com a aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela gastos com saúde e educação por 20 anos. Nos atos realizados pelos trabalhadores no mês de setembro, os dirigentes alertavam sobre as ameaças contidas nesta proposta. Na opinião do presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, o objetivo do governo é implementar uma agenda ultraliberal. “O efeito disso é dramático porque a PEC é parte de uma agenda regressiva, que trará um conjunto de prejuízos tanto para a sociedade quanto para a classe trabalhadora”, analisou. Segundo ele, as mobilizações do dia 11 de novembro fortalecerão o processo de construção de uma greve geral. “É um momento de diálogo com a classe trabalhadora para colocar na mesa qual o legado e os riscos que nos colocam a ponto de perder, em pouco tempo, tudo o que se conquistou nos últimos treze anos”, opinou o dirigente. Em tempo recorde, políticas públicas em saúde, moradia, educação, assistência social, direitos dos trabalhadores tem sido atacadas através de medidas implementadas após a efetivação de Michel Temer como presidente. Adilson também ressaltou o resultado eleitoral, que foi negativo para as forças que defendem as políticas e conquistas dos últimos anos. “O que eu quero dizer é que essa overdose de informações destilada por esse partido da mídia golpista mexe com a subjetividade das pessoas e causa influência profundamente negativa. Precisamos neste momento disputar a opinião da sociedade, fortemente influenciada por essa onda conservadora”, defendeu Adilson. “Vamos apontar para uma luta nacional mais efetiva e no processo de acumulação de forças eu não tenho dúvidas que podemos construir uma greve geral”, completou. Desde agosto, as centrais sindicais realizam manifestações nacionais contra as propostas sinalizadas pelo governo de Michel Temer para a Previdência Social e a chamada “flexibilização” da CLT ou a prevalência do acordo coletivo sobre a legislação trabalhista. No dia 29 de setembro, metalúrgicos de todo o país realizaram protestos contra as reformas. Em outubro, trabalhadores dos transportes tem se reunido para debater novas paralisações. Nesta sexta-feira (14), a CTB reúne o Conselho Político para um encontro que divulgará uma orientação oficial aos sindicatos e federações filiados acerca do cenário de retirada de direitos que se fortalece no país. *CTB
Festa do Educador reuniu categoria da rede particular em confraternização
Com música ao vivo, almoço e sorteio de prêmios, centenas de educadores da rede particular e familiares reuniram-se nesta segunda-feira (17), na AABB, em comemoração ao Dia do Educador. A Festa do Educador, promovida pelo Sinterp-MA, já acontece há alguns e objetiva promover a integração entre a categoria e homenagear os profissionais pela data. O presidente do Sinterp-MA, professor Jorge Lobão, disse que, desde que a nova Diretoria assumiu, tem buscado formas de valorizar os trabalhadores, tanto em relação aos direitos trabalhistas quanto em qualidade de vida. “A Festa também é para discutirmos o fortalecimento do movimento para buscarmos cada vez melhores condições de trabalho”, falou. Ele e o Diretor de Finanças, Maurício Serrão, lembraram que os educadores da rede particular foram das poucas categorias a alcançar um reajuste de 11% em 2016, o que se deveu à atuação da entidade em favor dos direitos. Eles também alertaram a categoria sobre a instabilidade política pela qual está passando o Brasil e as ameaças de direitos que se apresentam com o novo Governo, especialmente a PEC N° 241 – já aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados -, que pretende congelar os investimentos em educação e outros setores pelos próximos 20 anos. “Precisamos da união de todos contra o desmonte de direitos, reforma da previdência e outras ameaças que atingem diretamente a classe trabalhadora”, avaliou Maurício Serrão. O secretário municipal de Educação de São Luís, Moacir Feitosa, compareceu ao evento e parabenizou a organização, ressaltando a importância dessa homenagem à classe dos educadores. CLUBE DE VANTAGENS – Durante a Festa, os associados do Sinterp receberam as novas carteiras, que dão acesso ao Clube de Vantagens eClubb, que oferece benefícios e descontos em diversos parceiros comerciais. Diversos parceiros estiveram presentes e ofereceram pacotes promocionais e prêmios para sorteio, como 25 pares de ingressos para cinema e descontos permanentes (CineSystem); ingressos para acesso (ValParaíso AcquaPark); tratamentos dentários (Odonto Company); bolsas de estudos (Juris Concursos); serviços automotivos (Via Carro Autocentro); R$ 20 mil em tratamentos estéticos (Espaço Laser); demonstração de aula de dança e mensalidade grátis (Academia Bodytech). Convidadas participaram de aula de dança. Outros prêmios também foram sorteados pelo Sinterp, como microondas, televisor, fogão, máquina de lavar, refrigerador e outros. Associada foi sorteada com um refrigerador. A educadora Benedita Martins, da escola Eney Santana, que participou pela primeira vez da Festa do Educador e recebeu um prêmio no sorteio, elogiou a iniciativa. “Somos uma classe pouco valorizada, é importante quando recebemos uma homenagem como esta”, opinou.
Deputados congelam verbas da saúde e educação por 20 anos
Com 366 votos a favor e 111 contra, arrocho fiscal proposto pelo governo Temer passa em primeira votação na Câmara Aniversariante de outubro, a Constituição de 1988 faz do Brasil um Estado de bem-estar social. Saúde gratuita para todos, educação pública como um dever dos governantes, assistência social aos necessitados. Uma realidade longe de ser alcançada e que, em uma primeira votação, os deputados acabam de deixar vinte anos mais distante. A proposta do governo Michel Temer de alterar a Constituição para congelar, por duas décadas, os investimentos em saúde e educação, entre outros gastos públicos, foi aprovada nesta segunda-feira 10 na Câmara. Após um banquete oferecido a deputados pelo presidente na véspera, 366 votaram a favor da chamada PEC 241, 58 acima do necessário. Uma surpresa de última hora acrescentou ainda o salário mínimo como item sujeito a congelamentos por duas décadas, sem aumentos reais. Para ser aprovada de vez na Câmara, a medida ainda precisa passar por uma segunda votação, o que deve ocorrer nos próximos dias. Depois segue para o Senado, onde também será submetida a duas apreciações em plenário. O governo espera liquidar todo esse processo ainda neste ano, prenúncio de uma correria legislativa incomum. Antes do início da votação, a Câmara derrubou a exigência regimental de um intervalo de duas sessões da Casa para a deliberação da PEC em primeiro turno, o que permitiu a análise da proposta nesta segunda-feira 10. A comissão especial que analisou a matéria tinha aprovado o texto apenas na quinta-feira 6, daí a necessidade da chamada “quebra de interstício” para garantir a votação plenária nesta segunda. PCdoB e PT chegaram a entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para barrar a votação, mas o relator, ministro Luís Roberto Barroso, negou o pedido de liminar. Embora tenha reconhecido que a PEC provocará perdas para áreas da administração pública, Barroso argumentou que a proposta não ofende a Constituição. “Há risco de setores mais vulneráveis e menos representados politicamente perderem a disputa por recursos escassos. Porém, está não é uma questão constitucional, mas política”, afirmou em sua decisão. Durante 20 anos, diz a proposta, todas as despesas públicas serão corrigidas de um orçamento para o outro apenas com base na inflação do ano anterior. Não haverá aumentos reais. Desse modo, crê o governo, o pagamento da dívida pública não correrá perigo, os investimentos privados na economia voltarão e o crescimento virá a reboque. Apesar dos protestos da oposição, a proposta foi aprovada em 1º turno (Foto: Alex Ferreira/Ag. Câmara) Para tornar o texto mais palatável aos parlamentares, receosos da impopularidade da medida, o relator, Darcício Perondi (PMDB-RS), havia feito uma alteração: no caso específico de saúde e educação, o congelamento começará só em 2018, último ano de mandato de Michel Temer. Com isso, espera-se que a população não sinta muito os efeitos em escolas e hospitais a tempo de punir seus representantes nas urnas na eleição de 2018. A propósito: na campanha de 2014, Temer doou 50 mil reais à candidatura de Perondi. Saúde e educação, segundo pesquisas, são duas das áreas mais problemáticas e demandadas pela população. No fim de 2015, o Ibope pesquisou as prioridades dos brasileiros para 2016. A saúde liderava o ranking. Melhorar a qualidade da educação vinha em quinto. Os dois setores precisariam, portanto, de mais dinheiro, com reajustes de verba acima da inflação. O orçamento das duas áreas é da ordem de 100 bilhões de reais por ano. Um valor atingido graças a aumentos reais. Em 2002, a saúde tinha cerca de 55 bilhões anuais e a educação, perto de 30 bilhões de reais. Nesse mesmo período, o País ganhou 30 milhões de habitantes e atingiu uma população de 200 milhões. Dois pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a farmacêutica Fabiola Sulpino Vieira e o economista Rodrigo Pucci Sá e Benevides, ambos especialistas em saúde coletiva, fizeram as contas e concluíram: o gasto público per capita com saúde no Brasil é um dos menores entre países que possuem sistema universal do tipo SUS e mesmo em uma comparação com vizinhos sem modelo semelhante. Em 2013, o setor público brasileiro investiu 591 dólares por habitante. O Reino Unido, inspiração do SUS, 2,7 mil dólares e a França, outra nação com sistema universal, 3,3 mil. Argentina e Chile, onde não há direito universal à saúde, aplicaram 1,1 mil e 795 dólares, respectivamente. Segundo uma nota divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no fim de setembro, a perda acumulada em 20 anos para a saúde seria de 654 bilhões de reais, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano. De acordo com uma projeção realizada por consultores legislativos da Câmara, a perda acumulada até 2025 seria de 331 bilhões de reais. José Gomes Temporão: PEC 241 é ‘condenação de morte’ para milhares de brasileiros (Foto: Adriana Lorete) Em entrevista a CartaCapital, José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do governo Lula, afirma que a PEC é uma “condenação de morte” para milhares de brasileiros. “Estamos falando de fechamento de leitos hospitalares, de encerramento de serviços de saúde, de demissões de profissionais, de redução do acesso, de aumento da demora no atendimento.” Temporão lembra ainda que apenas 48% das despesas totais com saúde são públicas, enquanto o restante corresponde a gastos do setor privado. “No Brasil, o governo gasta pouco e o ônus do financiamento recai sobre as famílias. A PEC 241 só agrava essa situação. Para ter um parâmetro de comparação, na Inglaterra, que também tem um sistema de saúde universal, 85% do gasto total é público.” O avanço da educação no século XXI, escasso para as necessidades dos brasileiros e da economia, não se repetirá, com o congelamento de verba. As matrículas em universidades pularam de 3 milhões para 7 milhões entre 2001 e 2013, embaladas pela criação instituições federais (18) e de bolsas (Prouni). No ensino profissional, as inscrições em estabelecimentos federais subiram de 315 mil em 2001 para 784 mil em 2014. O orçamento da rede de escolas