De presidenta a jogadora de futebol elas representam o empoderamento feminino
Ao longo da história a representação feminina foi bastante relegada. Privadas dos mesmos direitos que os homens e até impedidas de estudar ou participar da vida política durante anos, as mulheres lutaram bravamente chegar onde chegaram hoje: primavera feminista, ofensiva contra o assédio, maioria nas universidades e donas de alguns cargos mais importantes do país.
O site da UNE preparou uma lista com 8 brasileiras inspiradoras já no clima do 8 de Março e para esquentar a chegada do 8º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE, que acontece de 30 de março a 1 de abril, em Juiz de Fora, Minas Gerais.
De presidenta a jogadora de futebol elas representam a luta feminina e inspiram a nova geração de meninas a se empoderar cada vez mais.
Confira:
DANDARA DOS PALMARES
(Falecimento em 1694) Dandara dos Palmares lutou pelo fim da escravidão no Brasil. Esposa de Zumbi dos Palmares e mãe de três filhos, ela liderava mulheres e homens, e não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. É exatamente por essa marca do machismo e racismo que mancha nossa história que Dandara não é reconhecida nem estudada. A maior parte da sua tragetória é envolta em grande mistério.
MARTA
Marta Vieira da Silva mais conhecida como Marta, é alagoana, uma das maiores jogadoras de futebol da história. Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde entre mulheres e homens. Em 2015, ela se tornou a Maior Artilheira da História das Copas do Mundo de Futebol Feminino, com 15 gols, e também se tornou a Maior Artilheira da História da Seleção Brasileira (contando a Masculina e a Feminina) com 101 gols.
MARGARIDA ALVES
(1933-1983) Margarida Maria Alves, paraibana, foi uma sindicalista e defensora dos direitos humanos. Durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, Alagoa Grande, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar.
Após a sua morte tornou-se um símbolo político, representativo das mulheres trabalhadoras rurais, que deram seu nome ao evento mais emblemático que realizam – a Marcha das Margaridas, uma mobilização nacional que reúne em Brasília milhares de mulheres trabalhadoras rurais no dia 12 de agosto.
A Marcha das Margaridas ocorreu pela primeira vez em 2000, sempre definindo uma pauta de reivindicações a serem entregues aos representantes dos poderes públicos federais.
MARIA DA PENHA
A farmacêutica que empresta o nome à Lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, foi uma vítima da violência que fez de um infortúnio pessoal uma importante conquista para milhões de mulheres. Em 1983, Maria da Penha dormia quando o marido lhe deu um tiro pelas costas, deixando-a paraplégica. O agressor foi julgado e condenado, mas continuou em liberdade devido a recursos apresentados pelos advogados de defesa.
A impunidade acabou resultando na condenação internacional do Brasil pela omissão do Estado em tratar, na época, os casos de violência contra a mulher. A partir disso, o País passou a cumprir algumas recomendações e a assumir alguns compromissos, entre os quais o de mudar a legislação brasileira nas relações de gênero. Em 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha criando mecanismos imprescindíveis para combater e punir a violência contra a mulher.
HELENIRA REZENDE
(1944-1972) Líder estudantil e vice-presidenta da UNE em 1968, Helenira Rezende foi uma brasileira nascida em Cerqueira César, São Paulo. Estudou Letras na USP, e era uma tida como excelente aluna entre professores. Helenira foi presa durante o Congresso da Une, em Ibiúna, em 68. Apesar de ter sido morta por militares em 29 setembro de 1972 no Araguaia, região amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, no Pará e Tocantins existem inúmeros relatos de uma sua bravura e resistência na luta armada. Até hoje não se sabe a respeito dos seus restos mortais.
NÍSIA FLORESTA
(1810-1885) Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, natural de Natal foi uma educadora, escritora e poetisa. É considerada pioneira do feminismo no Brasil e foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços públicos e privados publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.
NISE DA SILVEIRA
(1905-1999) Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, Nise era a única mulher em uma turma de 157 alunos. Ainda na graduação ela apresentou o estudo Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil.
Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. É uma referência internacional na luta anti-manicomial.
DILMA ROUSSEFF
Nascida em Minas Gerais, Dilma é economista e assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia e também da Casa Civil, durante o governo Lula.
Eleita duas vezes presidenta da República, em 2010 e em 2014, Dilma Rousseff foi a primeira mulher a governar o Brasil. Sofreu inúmeros machismo e preconceitos durante o seu mandato que a difamavam como “muito dura”. Como legado de seu governo ficaram inúmeros avanços no combate à violência doméstica, na representatividade na política e da independência financeira da mulher por meio de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida em que os recursos são destinados às mães da família. Sofreu um golpe político que a retirou do poder sem nenhum crime comprovado.