É indiscutível que o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rouseff em 2016, além de toda a orquestração contra os avanços sociais que vinham em curso, foi marcado também por um caráter fortemente misógino. É igualmente inegável que, frente a essa série de ataques aos direitos sociais e trabalhistas — que atinge, é claro, o escopo da classe trabalhadora —, as mulheres são particularmente atingidas.
No corte de recursos da educação e da assistência social, sofrem as mães trabalhadoras que precisam de creches onde deixar seus filhos. No desmanche da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), padecem as gestantes submetidas a condições insalubres, as mulheres obrigadas a fazer duplas — às vezes triplas — jornadas, as vítimas de assédio, que pode ser intensificado com a reforma trabalhista e cujo combate se torna ainda mais difícil, inclusive pelos empecilhos ao acesso à Justiça. Na ameaça aos direitos previdenciários, são atingidas gravemente as que começaram a trabalhar muito cedo, como é comum, por exemplo, na categoria representada pela Contee, principalmente entre as professoras de educação infantil e primeira frase do ensino fundamental.
Este espaço do Portal da Contee está aberto, desde já, para que os sindicatos e federações enviem matérias de suas ações para o Dia Internacional da Mulher, que se celebra daqui a dez dias. As entidades também podem baixar a arte e acrescentar nela seus logotipos, para compartilharem em seus sites e/ou redes sociais. O importante é contribuir para que, neste 8 de março próximo, essas questões estejam no centro do debate, juntamente com toda a pauta de luta pela igualdade de direitos de gênero pelo fim do machismo e da violência contra a mulher — uma luta que é de todas e todos, mulheres e homens, trabalhadoras e trabalhadores.
Como destaca a coordenadora da Secretaria de Defesa de Direitos de Gênero e LGBTT da Contee, Gisele Vargas, “neste ano em que teremos que batalhar para restabelecer a democracia, este 8 de março vem também marcado por essa luta”.