O lançamento da revista foi antecedido pela mesa “Um Novo Brasil em Debate” analisando o cenário de crise com a participação do economista Luiz Gonzaga Belluzzo e o ex-ministro Aldo Rebelo com mediação do jornalista Marcos Verlaine, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Nesta segunda também foi inaugurado o projeto Rádio Peão Brasil, portal de notícias voltados para o trabalhador de iniciativa da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Participaram do evento de lançamento consultores na área do trabalho e sindicalismo e lideranças do movimento sindical, entre eles dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de São Paulo (CTB-SP) e Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal).
A atividade promovida pelas centrais ocorre há duas semana da entrada em vigor da reforma trabalhista que desfigurou mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deixando o trabalhador à mercê do empregador e os sindicatos enfraquecidos com o fim da contribuição sindical obrigatória.
“Não tem milagre para juntar a classe trabalhadora terá que ser através da ação política. Não vai haver mudança sem ação humana coletiva. A greve de 17 mostrou isso”, afirmou Belluzzo ao Portal Vermelho.
Aldo Rebelo lembrou que a unidade da classe trabalhadora é uma alternativa importante que se apresenta no atual cenário de retirada de direitos em que vive o Brasil.
“É positivo esse esforço do movimento sindical na busca da unidade na defesa dos direitos dos trabalhadores. O caminho da fragmentação só nos fragiliza”, ressaltou o ex-ministro.
Resgatar a história
Jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical, Carolina Maria Ruy, destacou a atuação das mulheres como um dos aspectos da greve de 1917 que lhe chamaram atenção durante a confecção da revista temática dos 100 anos. Ela foi a editora da publicação especial.
A revista reproduz a carta divulgada pelas mulheres grevistas aos soldados em junho de 1917. “Não vos prestei, soldado, à servir de instrumento de opressão dos Matarazzo, Crespi, Gambu, Hoffmann, etc”.
“Aprendi muito sobre como se desenrolou a greve e me chamou atenção a participação ampla da sociedade. Esse acontecimento deu sequência a outras greves que se intensificaram até 1920”, contou a jornalista.
Carolina também mencionou o cenário repressivo daquele momento. “José Ignes Martinez foi o operário que morreu durante a greve mas fala-se que foram pelo menos 100 mortos”, completou.
Legado da luta dos trabalhadores
Segundo ele, é de fundamental importância resgatar junto aos trabalhadores a luta da classe operária. “Os cem anos da greve de 1917, os cem anos da revolução russa é importante que uma revista aponte essa perspectiva histórica para manter viva a unidade, a chama da luta para acumularmos forças e resistirmos”, enfatizou Renê.
“Tudo o que temos hoje é fruto da luta das gerações passadas de trabalhadores. 13º, férias, a luta incessante pela redução da jornada foi e ainda é luta. Nada foi presente do capital”, alertou Renê Vicente, presidente da CTB-SP e presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Saneamento do Estado de São Paulo (Sintaema).
O consultor sindical João Guilherme Vargas afirmou que o papel da revista é materializar uma memória que não se extingue. “A memória só é válida se é rememorada. E a memória que não se acaba é a da luta e da resistência com a unidade dos trabalhadores”.
O Centro de Memória Sindical é um arquivo vivo da memória da luta dos trabalhadores. Possui um acervo em áudio e também fotográfico de fatos históricos do movimento operário. Para mais informações sobre o CMS clique AQUI. Para obter informações sobre como adquirir a revista esepcial sobre a greve de 1917 entre em contato pelo número (11) 3227 4410.